Em um país tão desigual onde os sonhos de jovens mulheres negras é quase utópico. É como um teste de resistência durante toda a vida.
Como vocês já puderam ver aqui em eu blog no post A Sétima Arte onde realizei um projeto muito legal chamado Utopia, foi um vídeo arte que fiz em um dos meus trabalhos acadêmicos para cinema. Minha proposta inicial abordava o meu dia a dia corrido como ser estudante e trabalhar, rotina que fazia parte de muitos jovens a minha volta. O que eu quero relembrar deste projeto foi a minha poesia que em seus versos coloquei meu desabafo sobre ser guerreira e minha opinião contraria ao termo, encarar muitos desafios e sonhar com um pódio que não querem que eu ocupe, batalhar e caminhar um jornada maior para chegar ao mesmo lugar.

O projeto Utopia foi realizado no segundo semestre de 2019 e postado no YouTube em 9 de novembro, logo em 13 de janeiro de 2021 foi ao ar o capitulo da novela Amor de Mãe e entre uma cena de Camila ( Jéssica Ellen) e Lurdes (Regina Casé). Camila fez um desabafo que impactou e na mesma hora que vi aquela cena, me veio Utopia em mente, todo o desabafo da personagem se refletia em minha vida e a de muitos outros jovens, foi o nosso desabafo que ecoou pela voz da atriz Jessica Ellen.

Camila- É mãe, mas o problema e esse , eu sempre tenho que ser forte, sempre.
Eu tenho que ser forte porque a gente e pobre e eu tenho que estudar. Eu tenho que passar de primeira para não perder nenhuma chance, nenhuma.
Eu tenho que ser forte porque eu sou mulher, e para mulher e tudo mais difícil. Tenho que aguentar sempre um babaca olhando para o meu peito em vez de prestar atenção ao que eu tenho a dizer .
Tenho que ser forte porque eu sou preta e a gente vive em um país racista
Eu tenho que ser forte porque eu sou professora, porque eu tentei ajudar aos meus alunos e tomei um tiro
Eu tô cansada de ser forte
Eu não posso ser fraca nem um dia da minha vida
É um sentimento comum, de estar em uma mesma corrida onde seus obstáculos são maiores , o jogo onde as regras te limitam e com a pressão de não poder se sentir cansado por um instante, tendo que lutar em uma guerra sem armas e vencer com as própria mãos. Quando eu chegar lá eu não quero ser taxada como guerreira esta posição em que estou e injusta e eu mereço ter igualdade e equidade , o simples não deveria ser tão complexo para o povo que construiu o Brasil.
